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quinta-feira, 31 de março de 2011

Brasil está se tornando potência científica, diz relatório


Um relatório divulgado na Grã-Bretanha indica que o Brasil e outros países emergentes, liderados pela China, estão despontando como grandes potências na área de produção de estudos científicos, capazes de rivalizar com países que têm tradição nessa área, como os Estados Unidos, nações da Europa Ocidental e o Japão.
De acordo com o estudo feito pela Royal Society, a academia nacional de ciência britânica, São Paulo subiu para do 38º para o 17º lugar na lista de cidades com mais publicações científicas no mundo, o que "reflete o rápido crescimento da atividade científica brasileira".
A representatividade dos estudos brasileiros teve leve aumento: entre 1999 e 2003, eles equivaliam a 1,3% do total de pesquisas científicas globais. Entre 2004 e 2008, essa porcentagem subiu para 1,6.
Mas "as reduções significativas no orçamento de ciência em 2011 levantam preocupações", diz o relatório. Em meio aos cortes de R$ 50 bilhões anunciados pelo governo no orçamento federal, o Ministério de Ciência e Tecnologia deve perder R$ 1,7 bilhão.
China - O relatório, chamado Conhecimento, Redes e Nações: A Colaboração Científica no Século 21, analisa a publicação de trabalhos científicos por país no período entre 1996 e 2008.
Segundo o levantamento, o desempenho da China é ''particularmente notável'' - a publicação de documentos científicos do país superou as do Japão e da Europa nos últimos anos.
O país asiático só é ultrapassado pelos Estados Unidos, mas deve superá-los antes de 2020, se a atual tendência continuar.
Em 1996, os Estados Unidos tinham produção científica dez vezes maior que a chinesa; hoje, sua produção, com crescimento menor, não chega a ser o dobro da do país asiático.
No entanto, o relatório diz que ''ainda demorará algum tempo para que a produção dessas nações emergentes esteja à altura de ser uma referência para a comunidade científica internacional'', ressalta a pesquisa.
Áreas específicas - O estudo diz que há avanços em áreas específicas da ciência em alguns países, entre eles o Brasil.
''Existe diversificação de alguns países demonstrando lideranças em setores específicos, como a China em nanotecnologia, e o Brasil em biocombustíveis, mas as nações avançadas do ponto de vista científico continuam a dominar a contagem de citações.''
A pesquisa também identificou nações emergentes no campo da ciência que não costumam ser associadas a uma base científica forte, como o Irã, a Tunísia e a Turquia.
As projeções feitas pelo relatório "sugerem que o sistema científico global está se desvencilhando de seu padrão anterior".
"China e Coreia do Sul cumprem com suas ambiciosas metas de investimento em pesquisa e desenvolvimento, enquanto economias como Brasil e Rússia também prometem recursos substancialmente maiores para pesquisas".
Com isso, é possível que nações emergentes - Brasil incluído - superem os investimentos de países como Japão e França no setor. (Fonte: G1)
Data da notícia: 30/03/2011 - 00:00:58
Última modificação: 29/03/2011 - 19:35:52


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Data da exportação: 31/03/2011 - 13:24:22

Um comentário:

  1. Uma das políticas que o Brasil deveria adotar seria aumentar o número de bolsas e o valor pago por elas, para que haja mais procura por parte dos universitários por cursos de pós-graduação. Grande parte dos universitários nos EUA, logo que termina a faculdade, entram para o chamado PhD (Philosofy's Doctor), que na nossa realidade é chamado de Doutorado, ou seja, o número de Doutores formados a cada ano é bastante numeroso, em contrapartida aos números de doutores formados no Brasil. O grande desafio no nosso país é criar uma mentalidade de que nossos Doutores devem pesquisar, e não apenas estarem nas salas de aula nas Universidades. A projeção é que haja falta de professores Doutores nas Universidades Brasileiras daqui alguns anos, pois poucos jovens entram para a vida acadêmica, e os que seguem este caminho, acabam recebendo boas propostas para trabalharem em outros países, o velho dilema na geografia chamado de "fuga dos cérebros".
    Atualmente, a nossa querida Presidente Dilma falou que no Brasil, só não estuda quem não quer. Será que é mesmo Presidente? Será que muitos brasileiros deixam os estudos de lado por quê não quer? A grande realidade brasileira é que não se tem incentivos à continuidade nos estudos. Por incrível que pareça, mas diante do século XX o nosso país não disponibiliza nem transporte adequado para que os jovens possam se deslocar de suas residências para a escola, sem contar da falta de um planejamento educacional sustentável, que faça com que os jovens se interessem pelos estudos.
    Claro, não podemos ser hipócritas de não dizer que sim, estamos melhorando! Mas por quê tanta burocracia, se já tivemos exemplos mundiais de que altos investimentos em educação trazem retornos? Como é que um país quer ser grande diante dos demais, cortando investimentos na educação? São perguntas que com certeza devem ter respostas, mas estão muito longe de uma lógica matemática plausível de ser determinada. Só podemos concluir uma coisa: o Brasil tem medo de ser grande!

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