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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Medo é a prioridade do poder!

Qual o motivo do brasileiro não denunciar uma irregularidade? É o medo, medo de perder o emprego, de repressões, de intimidações ou a vida. Infelizmente o nosso estado democrático não é tão democrático, onde os ditames do direito servem apenas para beneficiar certas classes, que se beneficiam com o medo e falta de informação do povo.
Mas o medo de perder o emprego é o grande fantasma do servidor público, principalmente o municipal, haja vista que é comum na região norte do país uma espécie de “coronelismo 2.0” mas não deixa de ser como antigamente em alguns pontos. Nessa concepção, o coronelismo é um sistema político, uma complexa rede de relações que vai desde o coronel (prefeito ou influenciador do povo) até outros membros da hierarquia política, envolvendo compromissos recíprocos. O coronelismo é associado historicamente com o voto de cabresto (tradicional de controle de poder político através do abuso de autoridade, compra de votos ou utilização da máquina pública), mas esta estrutura de poder vem se reorganizando e se readaptando de acordo com o nosso tempo, condição intelectual e cultura.
Escrevendo estas sucintas linhas, lembro-me da capa de o Leviatã, que mostra um príncipe, sendo que sua armadura é feita de escamas, mas na realidade não são escamas. É uma imagem com dupla interpretação. A segunda interpretação é o povo revestindo o corpo do príncipe. Segundo Thomas Hobbes, o soberano governa pelo temor que aflige seus súditos, porque sem medo ninguém abriria mão de toda a liberdade que temos naturalmente. Se não houvesse medo, qual homem renunciaria o direito que possui?
Se certas pessoas tem medo ou são inertes a lutarem por seus direitos, esses medrosos no mínimo teriam que pensar bem antes de votar (voto é secreto) e escolher pessoas que de fato iram transformar a sociedade para algo melhor.
Vamos imaginar uma situação, Dona Maria ganha um emprego através de “peixada” na prefeitura. Mas na casa onde ela mora não existe água encanada, sua rua não é pavimentada, seu filho não tem acompanhamento multidisplinar na área de saúde, a escola onde ele estuda não possui recursos estruturais ou profissionais decentes. Será que a Dona Maria vai reclamar e fazer piquete na prefeitura exigindo os direitos do seu filho que estão explicitamente garantidos pela Constituição e reafirmados no Estatuto da Criança e do Adolescente? Claro que não! Ela vai pensar no seu emprego e na comida que conseguiu comprar com o salário, pois antes vivia com míseros trocados do bolsa família.
Aqueles que sentem medo não precisam mudar o município, não precisam fazer piquete, textos de protesto e tampouco lutar por seus direitos. No entanto, agradeceríamos se não ajudassem a piorar a situação. Nas próximas eleições, vote consciente.

Referências
Livro: clássicos da politica, Hobbes
Site: Scielo

O Movimento

Um comentário:

  1. A politica é como o futebol, principalmente nos países tidos como democráticos. Você pode comprar uma bela chuteira, até de marca famosa e não jogar nada. Mas entrou em campo, 2012 tá ai, filie se a um partido politico e participe, você pode até não ser bem votado, mais deixou o seu recado. Agora a ditadura é incompriensivel, nem joga bola, nem deixar você jogar.

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